quarta-feira, outubro 5

Luto

O post de ontem, que seria sobre o lançamento da Nina Pandolfo, foi adiado em função do falecimento de Euclides Rondon que, além de pai de grandes amigos, foi uma figura paterna pra mim.

Tio Euclides, I'll see you in my dreams...

domingo, outubro 2

6(1/2)³!

Anderson Augusto e Leonardo Delafuente. Ou SÃO! e Delafuente. Esses são os nomes por trás do coletivo artístico 6emeia, responsável por algumas das melhores intervenções urbanas recentes em São Paulo.



E não é só porque eles tiveram a grande sacada de jogar o graffiti dos muros no chão, quebrando o pardigma de que esta técnica é algo essencialmente muralista. Não. Além disso, é a qualidade das pinturas, o humor das propostas e a crítica presente em algumas dessas obras que faz do trabalho dos caras algo de tanto sucesso e tão interessante de se acompanhar.



Em uma rápida conversa com a dupla você tem a impressão de conhecê-los desde criança, como se fossem amigos de velha data e fica evidente a intenção deles com sua obra: renovar a experiência da cidade, mostrar que ela também vive e respira e se alimenta da atenção das pessoas... desde que não esteja sufocada com a monocromia das calçadas, do asfalto e da fuligem.



O ato dos meninos é injetar cor e história nas ruas e deixar cada um que passe por uma de suas criações se questionando e se divertindo com aquele personagem chamado cidade.

Quem quiser ver alguns dos trabalhos sem ter que procurar pelas ruas pode, desde 24 de setembro, ir até o Ateliê Cultural Casa ao Cubo e conferir a exposição 6 ao Cubo, que vai até 28 de Outubro.

Aos entusiastas das interferências, aficcionados pelo graffiti e amantes da arte em geral, simplesmente indispensável.

Exposição: 6 ao Cubo
Local: Ateliê Cultural Casa Ao Cubo
Período: De 24 de setembro a 28 de outubro
Horário: Terça a sexta, das 11h às 19h
Endereço: R. Sud Menucci, 342, V. Mariana
Tel:(11)5081-6256
www.casaaocubo.blogspot.com
contatocasaaocubo@gmail.com

(Fonte: Tumblr 6emeia)

sexta-feira, setembro 30

Got a good reason (for taking the easy way out)

Com essa frase se inicia uma música dos Beatles chamada Daytripper.

No entanto, já tem um tempinho, os resultados de busca com esse nome apontam para outra coisa: a HQ de Gabriel Bá e Fábio Moon, homônima.



E não é a toa. Com uma narrativa impecável e um roteiro envolvente, os gêmeos nos apresentam uma história que rivaliza com os grandes momentos de Alan Moore sem deixar de mostrar o quão brasileira é a origem dos dois.

Os desenhos, de uma delicadeza singular, são um estado da arte em nanquim que deixa evidente a técnica apurada e a destreza milimétrica dos traços.

A edição brasileira lançada pela Panini também merece elogios. O tratamento da edição em papel couché e acabamento em capa dura é de primeira linha e, mesmo a impressão, feita na Indonésia, não deixa a desejar em relação a edição americana.

Ganhadora de diversos prêmios (veja a lista no hotsite Vertigo - Daytripper), era de se esperar que a publicação tivesse um evento de lançamento como o de ontem na Saraiva Mega Store do Shopping Ibirapuera.

Confesso que já esperava uma certa fila para os autógrafos. Afinal, estamos falando de artistas do selo Vertigo da DC Comics. Mas talvez, justamente por isso, eu estivesse esperando, da parte da organização, algo diferente. Ou talvez por acompanhar a trajetória dos irmãos e imaginar que seria mais agradável um evento em formato um pouco diferente. Ao mesmo tempo, como contentar a grande quantidade de pessoas querendo a sua cópia autografada da obra? Enfim...



O que interessa de fato é que, prestigiados pelos fãs e colegas de rabiscos - estavam por lá André Diniz, Laudo Ferreira, Will, Flávio Luiz entre outros - os gêmeos autografaram ininterruptamente. Mais que isso, ilustravam um autógrafo em nanquim. E a simpatia com cada um dos que se aproximavam da mesa era a de quem encontra um conhecido. Não é a toa que conquistaram o respeito que tem: são grandes. E não somente em sua arte.



Sim, a fila parecia daquelas de banco, na era Collor. Sim, eu entraria em uma com o dobro do tamanho só para dizer: "Parabéns pelo sucesso. Obrigado pela obra prima."

Ah, e quase me esqueço! Qual a relação, além do nome, da música dos Beatles com a HQ dos gêmeos? Talvez nenhuma, talvez uma mais profunda do que o leitor desavisado consiga perceber.

Daytripper
Fábio Moon e Gabriel Bá
R$ 62,00
260 páginas
17 x 26 cm
Papel Couché/Lombada quadrada/Capa dura

(Fonte: Panini Comics)

terça-feira, setembro 27

Chickenfoot - Explicando o que significa rock'n'roll

Acaba de acontecer pelo site oficial do Chickenfoot o webcast de III, novo album da banda de Sammy Hagar, Michael Anthony e Joe Satriani (com Chad Smith sendo substituido, graças ao Rock in Rio, por Kenny Aronoff).

Quem teve a oportunidade de acompanhar, acabou de assistir a uma verdadeira ode ao espírito do rock'n'roll.

O álbum em si não é nada de primoroso, virtuoso (apesar de Satriani ter condições disso) ou inovador. Mas a essência do rock se apresenta de forma polpuda, perceptível principalmente através do frontman. Despojadíssimo em seus crocs, que descalçou durante a apresentação, o Red Rocker pareceu uma criança na noite de Natal. A diversão foi palpável e contagiante. E o restante da banda jogou junto, fazendo piada de tudo. Pelo fato de tocarem para uma platéia virtual, o silêncio ao final de cada música - que seria constrangedor ou estranho pra qualquer banda que se leva a sério demais - virou motivo de brincadeira, com Satriani e Anthony "dando voz" à platéia da web.

Com direito a boas doses de bourbon comemoradas com algazarra, o "show" transmitiu uma energia descompromissada sem igual. Ressalto: descompromissada. Com a máquina, com o merchandising ou o patrocinador. Com o burburinho dos atores da Globo e as celebridades. Descompromissada com o número de pessoas assistindo. Mas totalmente conectada com a música, o despojamento, a diversão e os fãs, independentemente da quantidade deles.

Ao final, o vídeo de Chad Smith em busca do Bigfoot, em tom de documentário independente só confirma essa impressão. E a sessão de entrevista, com perguntas feitas por email ou twitter e redes sociais, fez com que o espectador se sentisse ali mesmo, na "sala de estar" da banda...



Em uma semana iniciada com o brand Rock in Rio se passando por festival de rock - não é possível esquecer o espanto e o asco na cara das apresentadoras ao comentar as únicas bandas dignas do rótulo - Chickenfoot III, webcast live renovou as esperanças dos fãs do rock'n'roll. Muito mais do que todas as noites somadas do festival.

O álbum, nas lojas desde a manhã de hoje, é o segundo da banda. E chama III. E tem um efeito 3D na capa. Que não é 3D. Na verdade é um efeito de cancelamento cromático. E a graça é justamente essa, chamar isso de 3D e dar risada. Meu exemplar do disco? Comprado hoje as 14:20 numa lojinha em Westerville, Ohio.

Alrigh, alright, alright.

quinta-feira, setembro 22

O pequeno império dos Beatles

Desde que este blog começou, The Beatles sempre estiveram presentes.
Nada mais justo que retomar as atividades com um post relacionado a eles.

Hervé Bourhis, ilustrador francês que ganhou notoriedade com O Pequeno Livro do Rock (publicado no Brasil pela Conrad) retorna ao formato, desta vez com os "garotos" de Liverpool.

Em O Pequeno Livro dos Beatles, Bourhis põe nos quadradinhos a trajetória do quarteto de Liverpool.


Capa de O Pequeno Livro dos Beatles - Conrad Editora

Com um traço caricato, o livro em quadrinhos usa bem as publicações existentes sobre a história do FAB FOUR e cobre desde o nascimento de cada um deles até o lançamento em 2009 do game The Beatles: Rockband©, sendo uma ótima fonte de informação aos não iniciados na Beatlemania: em "pílulas" os eventos estão praticamente todos lá; em quadrinhos, a leitura é leve e divertida.

Aos fãs, item indispensável na coleção, tanto pela qualidade quanto pela peculiaridade do formato.

O material porém não é impecável: assim como este blog, não é imparcial e, em momentos não raros, apresenta a opinião sincera de seu autor da qual eu ferozmente discordo.

Ao citar o álbum LOVE de 2006, a descrição do autor é "Uma compilação com músicas dos Beatles mixadas uma na outra de forma totalmente estúpida.".

Desnecessário dizer que considero uma estupidez essa descrição. Lembrando este post, repito: um dos melhores álbuns de 2006. E ainda concordando com Mike Portnoy, os verdadeiros heróis do dia foram George e Giles Martin.

Ainda assim, O Pequeno Livro dos Beatles tem espaço garantido na cabeceira.

O Pequeno Livro dos Beatles
Hervé Bourhis
R$ 44,90
Formato: 21 x 22,5 cm
ISBN: 9788576164463
Código: RQ16446
Páginas: 168

(Fonte: Loja Conrad)

Dividir para conquistar!

Muito tempo passou. Cerca de quatro anos.
E muita coisa mudou.
Não somente na minha vida, como no mundo.
O Facebook tomou conta do mundo de redes sociais.
iPad e iPhone apareceram e vieram com tudo.
O Museu do Diálogo fechou no Brasil.
A queda das Torres Gêmeas fez dez anos.

E eis que este blog voltou à atividade.

Desta vez, espera-se, bem mais presente nos eventos culturais de São Paulo.

E contando com a colaboração de dois grandes amigos que serão apresentados logo mais.

Como sempre, por enquanto é isso.

sexta-feira, junho 8

Redescobrindo Clássicos - In the Court of the Crimson King

Álbum clássico e de estréia da banda King Crimson em 1969, conta com duas faixas obrigatórias:

21st Century Schyzoid Man (de abertura);
In the Court of the Crimson King (faixa título e de fechamento).



Com essas duas dá pra ver que, 38 anos atrás, 2 anos depois do Sargento, o King Crimson decidiu ser a banda que veio do futuro pra abalar o progressivo. Formada por Robert Fripp (que eu vi ao vivo no G3 2003 em 2004 - detalhe, foi vaiado por um público estúpido e mal-educado... Sim, porque o cara tava fazendo o que há de mais contemporâneo em Soundscape ali, ao vivo, e a galera esperando um solo "fritado"...Vai entender!), a banda tem um som que ainda hoje é vanguarda.

Ao que parece, só não fez mais sucesso devido a dificuldade do público em geral em entender o que está acontecendo na música e aceitar o novo...

Detalhe curioso, no filme Children of Men (Filhos da Esperança), tem um pesquisador de arte que aparece pelas tantas. Na cena, "In the court..." toca no fundo enquanto em seu "museu" temos Guernica de Picasso, Davi de Michelângelo, e o Porco do Pink Floyd, voando pelos céus de Londres...

Confiram a história da banda na Wikipédia... É um absurdo. Também, álbum e filme (que merece até um post - não é muito bom mas a direção do Cuarón é impecável).

Até.

Redescobrindo Clássicos - Viva os 40 anos do Sargento

Vide o post abaixo...
Antigo né?

Pois é, trabalhando demais. Demais MESMO...

Enfim, não sei se o blog continua.
Bem que eu gostaria.

E acho que daqui pra frente vai ser só Redescobrindo Clássicos.

Enfim, sei não.

quinta-feira, fevereiro 15

Redescobrindo Clássicos - Sargeant Pepper's Lonely Hearts Club Band

Pra mim, o melhor disco dos "The" Beatles junto com Abbey Road e o álbum branco.
Na verdade, eu acho o branco melhor. E o Sgt. Pepper's o mais "mudança".
Foi nesse álbum em que morreu a fase "boazinha" dos caras.

O quarteto dispensa apresentações. O disco começou como uma peça conceitual que perdeu o gás porque na época os meninos de Liverpool chapavam pouco...

Então temos as três primeiras músicas conectadas com o conceito da Club Band dos Corações Solitários do Sargento Pimenta e a última também. As outras no meio, só composições "externas".




Na primeira música (Sgt. Pepper's), o locutor introduz a banda que toca e apresenta o vocalista, Billy Shears (Ringo) que canta a segunda música With a little help from my friens. Clássicos instantâneos.
Na terceira, Lucy in The Sky. Nem comento.
A próxima, fala da vida de John Lennon quando solteiro, Getting Better. Simples mas empolgante. Na letra, ele admite que batia na namorada e era intempestivo, mas que está mudando para melhor.
Fixing a Hole, vem na sequência para os famosos trocadilhos de Lennon. O "buraco" da letra, pode ser uma picada para heroína... Mas não importa, o som é bom.
She's Leaving Home, que eu costumava adorar e achar linda, acho um pouco "melosa" demais hoje em dia. Esses Prog Rock's que eu ando ouvindo...
Being for benefit of Mr. Kite, foi feita inteiramente em cima de um poster de circo que Lennon comprou num Mercado das Pulgas. Eu adoro a sonoridade circense que foi montada.
Within you Without You, que já achei bem chata e hoje em dia adoro, foi (segundo consta) o primeiro uso da cítara na música moderna ocidental.
When I'm Sixty-four dispensa comentários também.
Lovely Rita, feita para uma "amarelinha" que multou John Lennon.
Para fechar, uma sequência que adoro: Good morning, good morning / Sgt. Peppers Reprise / A day in the life.
A Sgt. Peppers reprise é uma versão mais acelerada e com guitarras da primeira música, com letras compondo o encerramento do "show".
E A day in the life, é a melhor de todas as músicas dos Beatles para mim.

Link para o clip dela aqui.

Desculpem pela baixa qualidade e pelo longo post.

Por hoje é só.

domingo, fevereiro 11

segunda-feira, fevereiro 5

Redescobrindo clássicos - Shine on Brightly

Ok, esse não é tão clássico assim.

Disco da banda inglesa Procol Harum, lançado depois do sucesso de estréia "Whiter shade of Pale", regravado por Johnny Rivers e Annie Lennox.



O disco é muito legal, variado e caótico.
Começa com uma baladinha no estilo que vigorava à época, Quite rightly so. Em seguida, tem a faixa título, também básica. Mas aí começa uma doideira. Sons de circo, trânsito, caos, risos... Uma zoeira só.

O disco é muito bem executado e a banda foi recentemente citada por sir Paul McCartney como uma das melhores bandas inglesas da época mas pouco valorizada.

O álbum termina com o que eu considero a melhor faixa do álbum, In held Twas In I, que no começo parece séria e depois descamba totalmente também.

Dando o devido valor, entra para o "redescobrindo"...

segunda-feira, janeiro 29

Beatles 'n' Choro

Tomei contato com esse projeto através de uma revista da TAM.
De início, achei que era um caça-níquel descarado, ainda mais porque no texto dizia que foi inicialmente uma idéia de Renato Russo, há muito tempo atrás. E eu odeio o cara.

Mas eis que, graças a P2P, emule e afins, baixei os quatro cds dos beatles em versão chorinho.




Com Rildo Hora, e nomes importantes nesse tipo de música, a releitura ficou digna do quarteto. Sim, de verdade.

Algumas das músicas, como sempre, ficaram abaixo do esperado. Mas a grande maioria, foi de fato transformada em música brasileira. Baião, samba, forró, chorinho. Se você não for fã, conhecendo de cor a música, periga escutar e não saber que é releitura. Com triângulos, cavaquinho e tudo mais! Os pontos altos são tantos (são quatro cds) que não dá pra destacar.

Bem executado também. Não é pagodão de zé mané... é coisa fina.

E assim, os Beatles nasceram no Brasil!